Total de visualizações de página

31 de jan. de 2007

O “BIG BROTHER” DE ORWELL

“1984”: o livro de George Orwell descreve tempos sombrios em que as pessoas vivem sob uma ditadura tão brutal que não conseguem agir sem que estejam sendo vigiadas.

O poder tirânico, representado pela figura do “Grande Irmão”, diuturnamente observa a todos. Apenas aquilo que ele delibera é plausível. Somente o que seus olhos vêem e aceitam é permitido. Nem o amor é possível. Vidas sendo permanentemente controladas. Nenhum passo é dado sem que esteja sob sua espreita. Aqueles que não cumprem suas determinações são sumariamente excluídos. Essa situação absurda relatada na ficção do escritor inglês é uma parábola do totalitarismo e suas formas de domínio sobre a vida das pessoas.

Certa vez, um jornalista americano afirmou que a opção de J. D. Salinger viver em profundo recolhimento feito um eremita o transformou no último cidadão americano que ainda possuía vida privada.

Vida privada! Os regimes de força não a toleram. Uma ditadura só é possível quando exerce o controle sobre a intimidade das pessoas, ou de que maneira se pode ter conhecimento sobre os atos dos indivíduos e suas “subversões”? Salinger ao contrário de Orwell preferiu denunciar essa tirania não com a ficção, e sim a repelindo do seu dia-a-dia. O “Big Brother” de Orwell não é estranho a Salinger, mas infelizmente, ao pensamento comum.

O fundamentalismo de mercado decretou o fim da privacidade e transformou a crítica numa apologia venal do sistema. Hoje, o “Big Brother” deixou o contexto da obra de Orwell e converteu-se definitivamente no poder onipotente e onipresente que, como em “1984”, conduz e determina a vida de todos.

CAETANO PROCOPIO

22 de jan. de 2007

O ANDARILHO E A RAZÃO

Por que razão existe o bom senso? Para aprisionar a vontade?
Não procuro mais os tépidos ventos da razão. Aqueles que tentam fazer de mim uma marionete. E que a todo momento me censuram. E sinto-me acuado.
Tenho pensado muito em peixes...E na liberdade de poder nadar. E por mais que eu os inveje jamais poderei imitá-los.
Agora sinto que já é tarde. E um estranho invade a privacidade dos meus pensamentos e me pede um cigarro. Mas eu não fumo cigarros! E o assassino do pronome deixou-me livre de novo.
E nesse momento já não sou mais aquele que eu pensei que era. E cruzo o asfalto com passos calmos. Tenho na mente uma canção. A melodia de "Misty".
E logo meu desejo sexual faz aflorar uma silhueta feminina em meus pensamentos. E a temperatura do meu corpo sobre, inflama...
Mas o meu coração ama independente de mim. E procuro não pensar em mais nada.
E faço do meu caminhar um verbo transitivo direto, mas que ao mesmo tempo não sou capaz de conjugá-lo.
Não me julgue por eu não saber onde estou indo... A segurança do saber causa-me estranheza. E a insegurança de não saber o caminho é a minha liberdade.
Agora vou pra casa. Quero dormir sem culpa. E quando acordar quero imaginar o mar. O mar como o céu. Os peixes como estrelas. E eu como um nada questionando a razão...

VANDERSON PIRES

16 de jan. de 2007

BARÃO DE ITARARÉ E STANISLAW PONTE PRETA MINISTROS DA EDUCAÇÃO!

Em 10 anos de vida forense vi tantos absurdos que deixariam muito jurista de renome ruborizado.

Não fossem uma tragédia, poderiam fazer parte das hilariantes situações descritas por Sérgio Porto em seus 3 FEBEAPAS (festival de besteiras que assolam o país). Alías, lamentável que na faculdade nenhum professor tenha falado sobre ele e seu “alter ego”, Stanislaw Ponte Preta. Outra omissão imperdoável é a da figura zombeteira de Apparício Torelly (e também seu “alter ego”), o Barão de Itararé!

Se ainda fossem vivos (Sérgio Porto faleceu em 1968 e Apparício Torelly em 1971) teriam farta matéria prima pra muitos outros FEBEAPAS nesse lodaçal em que vive o país.

Até imagino (...) o Barão de Itararé valendo-se do seu “título nobiliárquico” para propor uma reforma no currículo dos cursos de direito. Algo como (...) a inclusão da cátedra de escatologia jurídica nas matéria obrigatórias! Já Stanislaw, reivindicaria a consistencia epistemológica de seus “FEBEAPAS” para propor a criação de uma disciplina de teratologia processual.

Quem sabe não conseguiriam uma indicação para o Ministério da Educação. Seria a “Reforma Universitária” do Stanislaw Ponte Preta e do Barão de Itararé!

Certamente os novos juristas “escatólogos” e (ou) “teratólogos” que surgiriam nas lides acadêmicas teriam bastante trabalho pela frente.

Inclusive, pra decidirem como se daria a aprovação nessas matérias.

Seriam com as melhores, ou as piores notas?

Pena que nossos “Ministros” não estejam mais aqui para responder.


CAETANO PROCOPIO

8 de jan. de 2007

O ASSASSINATO DE SATÃ

Saddam não escapou de seus algozes.

Sucumbiu no cadafalso.

Mas talvez, como a Hidra, ele tenha várias cabeças

e ainda permaneça por aqui, para perpetuar seu teatro de horrores.

O Coronel Kurtz, no coração das trevas,

denunciava os assassinos que acusam outro assassino.

Nosso palco está sujo de sangue e suas cortinas cerradas pela mentira.

Os assassinos, estão livres!

Mataram o Satã, mas ele não era único.

Outros sobrevivem na iniquidade.

E certamente continuarão,

por um bom tempo.

CAETANO PROCOPIO

2 de jan. de 2007

RECEITA PARA COMEÇAR O ANO

Abre-se o novo ano! E que nele não haja só coisas boas. Nem felicidade placebo. (Apesar de sempre a querermos, seja lá como for)

Também quero a infelicidade como o segundo reinado da Bastilha. Porque meu rei está cercado por um exército de peças de xadrez.

Tente não ser patético com os votos de felicidade. Eles podem tornar alguém infeliz. Prometa a si mesmo: não serei patético!

Se se sentir triste e precisar apelar, reze. Mas tente fazer isso de uma forma menos mecânica. Faça desse ato uma conversa consigo mesmo e tente ver quem realmente és! E lembre-se:o essencial da vida e ver, ouvir e calar. Cale-se com dignidade e não tente converter ninguém à sua verdade.

Faça muito sexo e seja hedonista. E se um estranho te oferecer drogas aceite.

E por mais que você tente mudar a vida e não consegue, fique tranqüilo. Mas não tente torna - lá um ritual ridículo de segunda-feira.

VANDERSON PIRES