Morte, morte...
Se és sorte, ponha-me no laço
Onde minha força virará cansaço
E meus sonhos de naufrágio
Um refúgio para meus olhos cegos.
Conte-me uma história
Onde eu tenha sido um herdeiro.
Para que quando eu te encontrar
Não tenha contas a pagar.
Finjas que me queres
Assim como eu te desejo.
Nunca a imaginei com foice
E nem vestida de preto.
Acabe com meu sofrimento de existir
E não me obrigue a ser covarde para os olhos de quem ri.
A vida e as palavras são de prata.
A morte e o silêncio são de ouro.
VANDERSON PIRES
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26 de jun. de 2007
16 de jun. de 2007
QUALQUER POÉTICA
Caetano Veloso certa vez afirmou que escrever poesia é uma infantilidade. Quem a escolhe, faz por preguiça.
Talvez o texto poético, de fato, seja pouco prolixo comparado às possibilidades da prosa. Esta pode muito bem se converter em poesia. A linguagem, ao contrário da opinião de Samuel Beckett, pode ser repleta de sentidos e sensações que ultrapassam as barreiras abstratas delineadas pela metafísica. As palavras dão significado ao mundo e instrumentalizam os homens para se tornarem uma experiência concreta capaz de ensejar uma identidade às coisas através do trabalho da inteligência.
A poesia, longe de ser o resultado de um esforço deliberado para produzir métrica, é uma expressão fundamental de vontades e sentimentos podendo transmutar em inúmeras formas e estéticas.
Se a essência dos homens é poética, não há conteúdo na banalidade. Esta é um veneno que avilta a condição humana denegrindo-a num estado atroz. Nosso tempo nos proporcionou uma cultura vazia (consumista) sustentada pela insipiência do mercado e resguardada pela linguagem codificada da tecnologia, que serve não mais que um disfarce a esse vácuo.
Pois bem, a origem da modernidade está no século das luzes (XVIII). O iluminismo foi a mais fiel expressão filosófica da burguesia, princípio e força motriz das sociedades globalizadas. Ele potencializou as profundas transformações advindas a partir do século XVIII. Mas mesmo os iluministas possuíam poética, só que ela acabou abandonada pelas necessidades práticas e urgentes da sociedade burguesa. O mundo burguês, na sua concepção universalizante, prescinde de humanismo, de poesia e de sentido, isto claro, excetuando o da mercadoria.
Precisamos urgentemente de alguma poética, de qualquer uma, mesmo que seja preguiçosa.
CAETANO PROCOPIO
Talvez o texto poético, de fato, seja pouco prolixo comparado às possibilidades da prosa. Esta pode muito bem se converter em poesia. A linguagem, ao contrário da opinião de Samuel Beckett, pode ser repleta de sentidos e sensações que ultrapassam as barreiras abstratas delineadas pela metafísica. As palavras dão significado ao mundo e instrumentalizam os homens para se tornarem uma experiência concreta capaz de ensejar uma identidade às coisas através do trabalho da inteligência.
A poesia, longe de ser o resultado de um esforço deliberado para produzir métrica, é uma expressão fundamental de vontades e sentimentos podendo transmutar em inúmeras formas e estéticas.
Se a essência dos homens é poética, não há conteúdo na banalidade. Esta é um veneno que avilta a condição humana denegrindo-a num estado atroz. Nosso tempo nos proporcionou uma cultura vazia (consumista) sustentada pela insipiência do mercado e resguardada pela linguagem codificada da tecnologia, que serve não mais que um disfarce a esse vácuo.
Pois bem, a origem da modernidade está no século das luzes (XVIII). O iluminismo foi a mais fiel expressão filosófica da burguesia, princípio e força motriz das sociedades globalizadas. Ele potencializou as profundas transformações advindas a partir do século XVIII. Mas mesmo os iluministas possuíam poética, só que ela acabou abandonada pelas necessidades práticas e urgentes da sociedade burguesa. O mundo burguês, na sua concepção universalizante, prescinde de humanismo, de poesia e de sentido, isto claro, excetuando o da mercadoria.
Precisamos urgentemente de alguma poética, de qualquer uma, mesmo que seja preguiçosa.
CAETANO PROCOPIO
6 de jun. de 2007
CHAVEZ E A IMPRENSA LIVRE
Hugo Chavez não renova concessão e o canal privado de tv RCTV sai do ar na Venezuela.
A justificativa é o apoio ao golpismo.
Não vejo com bons olhos a iniciativa chavista. Normalmente ela redunda em autocracia.
Aqui no Brasil, vários políticos vociferam contra a atitude do Presidente venezuelano.
Mas também não creio que sejam os mais indicados para criticá-lo, afinal, o Parlamento brasileiro nada faz contra o oligopólio privado que sempre imperou nos meios de comunicações do país.
Afirmar que, de fato, existe imprensa livre no Brasil soa como uma piada de mau gosto.
E controle estatal dos meios de comunicação não significa censura, desde que haja meios efetivos para a participação popular.
Apesar de Chavez ter nascido nas fileiras do exército, chegou e se mantém no poder através do voto direto.
Será que a história o absolverá? Os próximos capítulos irão dizer.
CAETANO PROCOPIO
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