Total de visualizações de página

29 de out. de 2008

O LAMENTO QUE NOS CONDENA

Aos homens, chorar não se conjuga.

Pois quando não resistem ao recalque,

desfazem-se no sentimento de culpa.

Ao contrário das mulheres.

Que são livres pra viverem suas sensações

não importando em qualquer arrependimento.


CAETANO PROCOPIO

7 de out. de 2008

ESQUECER ...

Existe um tempo em que é preciso perder a memória, descalçar os sapatos e ficar em silêncio... Deixar o esquecimento tomar conta da vida. Só assim podemos nos encontrar de novo. Em algum canto esquecido da alma...O esquecimento talvez seja a maior virtude do homem...



VANDERSON PIRES

1 de out. de 2008

A MUDANÇA PELO VOTO

Até que ponto o voto é um instrumento de mudança nas sociedades "democráticas"? Há séculos o sistema representativo pôs em xeque a hegemonia feudal e determinou o fim do absolutismo monárquico. Da mesma forma consolidou o modelo político burguês através da composição “montesquiana” de poder.

No regime democrático, o voto adquiriu a importância capital de instrumento de manifestação da soberania popular. Entretanto, esta é uma visão parcial, pois, reduz a participação política apenas ao processo eleitoral.

Uma tomada de posição que envolva a busca por resultados coletivos é uma escolha política e podem ser instrumentos muito mais efetivos de mudanças que uma eleição. Portanto, não basta escolher um ou outro candidato se as próprias condições em que se dará a escolha são insuficientes para determinar uma transformação. É preciso sim, a conscientização de que toda mudança é uma tarefa coletiva e exige o esforço conjunto por objetivos comuns.

A participação popular no processo político brasileiro, quando não exercida por meio da dominação das elites, sempre foi tratada como um caso de polícia. Palmares, Canudos e hoje o MST, são exemplos históricos de resistência e expressão da vontade popular. A historiografia oficial dá pouca importância a esses movimentos exatamente por registrá-los (e estigmatizá-los) sob a óptica dos detentores do poder.

O didatismo das campanhas pelo voto consciente esbarra na insuficiência da própria mídia jamais ter sido utilizada como um instrumento de formação política (quando ela não está afinada exatamente com os interesses escusos que denuncia), afinal o que é ser consciente numa sociedade caracterizada pela troca de favores para se obter o máximo de vantagens possíveis?

Talvez a noção mais exata de nossa realidade esteja expressa no pensamento do filósofo francês J. P. Sartre: A “palavra” democracia tem um sentido que caiu por si mesmo em desuso. Etimologicamente, é o governo do povo. Ora, é evidente que, nas democracias modernas, não há povo para governar, porque o povo não existe: havia um povo no Antigo Regime e em 1793; não há mais povo atualmente, porque não se pode chamar de povo homens completamente individuados pela divisão do trabalho, sem outra relação com outros homens que a profissional, e que, a intervalos de cinco, seis, ou sete anos, fazem um ato bem preciso que consiste em ir apanhar um pedaço de papel com nomes impressos e enfiar esse papel numa urna. Não considero que haja poder do povo nisso.

CAETANO PROCOPIO