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18 de mai. de 2008

UM DIA O PTSDB?

Certa vez escrevi neste blog que o sociologo Francisco de Oliveira foi quem melhor definiu a relação hostil entre PT e PSDB: a de dois irmãos que se odiavam.

E com razão.

Anteontem, lendo noticias na internet, vi a manchete: PT de Minas Gerais contraria cúpula e aprova aliança com PSDB em Belo Horizonte.

Em 8 anos, FHC só não conseguiu implantar plenamente suas políticas de governo por conta da oposição petista.

Mas claro, mera pirraça do irmão mais velho, enciumado com a notoriedade do caçula.

Depois que o primogênito galgou o posto do irmão precoce, a coisa mudou e passou a agir como se este fosse.

Coisas de irmãos, pois é difícil pro mais velho assumir que se inspira no mais novo.

Só que mais dia menos dia, isso acaba se revelando (...)

Quem sabe um dia não se transformem numa coisa só?

Acho que para não causar mais desavenças em família, o melhor seria um nome híbrido: PTSDB (Partido dos Trabalhadores da Social Democracia Brasileira).

E não é que cairia bem?

CAETANO PROCOPIO

11 de mai. de 2008

A ERA DA TRAGÉDIA

O historiador inglês Eric Hobsbawn definiu o “breve” século XX como a “Era dos Extremos”: um período marcado por duas guerras mundiais, conflitos armados em praticamente todos os continentes e revoluções sociais que produziram um morticínio jamais visto na história.

Ao mesmo tempo em que o mundo do século XX experimentou um fantástico avanço em todas as áreas do conhecimento, testemunhou o esplendor da barbárie materializada em formas cada vez mais sofisticadas de destruição.

A queda do socialismo encerrou a guerra fria, mas ao contrário dos crédulos no “fim da história” esta não morreu sob auspícios do racionalismo vencedor. O atentado de 11 de setembro transfere o foco das tensões para Ásia Central e consolida o novo inimigo aos olhos do ocidente, o fundamentalismo muçulmano, que a campanha americana no Iraque em 1991 transformou numa espécie de nova cruzada contra os bárbaros fanáticos seguidores do islão.

Os EUA deflagraram guerra contra o terror. Definiram o Afeganistão como alvo por presumirem ser o esconderijo do terrorista saudita Osama bin Laden, suposto autor dos atentados em Nova Iorque e Washington. As provas que o governo americano afirmou terem obtido contra bin Laden “convenceram” aos principais líderes mundiais. Só que até hoje não foram apresentadas à opinião pública. A Inglaterra, do Primeiro Ministro Tony Blair - espécie de porta voz americano para assuntos externos, foi a mais efetiva aliada dos EUA na tentativa de costurar o máximo de alianças, principalmente, com os países do oriente médio.

O conflito se arrastou com os bombardeios diários das forças militares dos EUA. A população americana foi diuturnamente informada do sucesso da operação “liberdade duradoura”. Entretanto, a decantada “guerra cirúrgica”, tão alardeada pelos EUA na guerra do golfo, não convenceu o ocidente como na década anterior, após a comprovação de que alvos civis foram atingidos no Afeganistão.

Vencer o terrorismo com uma ação bélica convencional é um despropósito, da mesma forma que lançar alimentos dos aviões após os bombardeios. Mas afinal, qual o sentido dessa guerra insana? Talvez a razão esteja com o jornalista José Arbex: a luta contra o terror não passa de um pretexto para que os EUA possam ampliar seu domínio econômico e político. A Ásia central ainda é uma das poucas regiões do globo onde os norte-americanos não conseguiram exercer sua influência de forma mais efetiva. Uma área importante para os interesses ianques devido as grandes reservas de petróleo além da posição estratégica que ocupa na geopolítica continental.

Durante a Era soviética e dos regimes asseclas da revolução social, a bipolarização do mundo em dois blocos antagônicos funcionava como argumento para o intervencionismo da política externa americana. Com a queda do socialismo real foi necessária outra retórica capaz de criar um novo inimigo tão ou mais nefasto que o perigo vermelho. Se antes a dicotomia era construída em cima da disputa entre capitalismo libertário e comunismo opressor, agora, é o ocidente evoluído e racional que se debate com o oriente bárbaro e intolerante.


O novo milênio em seus primeiros passos está indelevelmente marcado pela tragédia: os atentados em 11 de setembro, o conflito detonado pelos EUA, o terrorismo biológico nos apontam para um futuro incerto e temeroso. Se o século XX não acabou bem, como afirmou Hobsbawn, o século XXI começou muito mal.

CAETANO PROCOPIO (7/11/01)

(publicado originalmente na página www.araraquara.com.br)

4 de mai. de 2008

É ISTO!

"Enquanto o capitalismo existir, o marxismo será a melhor teoria."

(JEAN PAUL SARTRE)

A VEZ DE JIMMY CARTER

Jimmy Carter governou os EUA de 1977 a 1981.

Ao contrário de boa parte de seus antecessores e sucessores, praticou uma política externa de tolerância.

Unico presidente americano que promoveu uma aproximação com Cuba após a instalação do regime revolucionário em 1959, o que culminou na histórica visita à ilha, em 2002.

Pacifista e defensor dos direitos humanos, principalmente, através do Instituto que fundou, o Carter Center.

Criticado pelas autoridades israelenses e norte-americanas por defender a realização de um acordo de paz israelense-palestino que inclua o Hamas nas negociações, Carter tem fugindo do perfil conservador ou mesmo belicista, habitualmente apresentado pela política norte-americana.

Aos 83 anos, ainda seria uma opção democrata muito mais avançada à obviedade de Hillary Clinton e Barack Obama.


CAETANO PROCOPIO