Ingmar Bergman (1918-2007)
Estou em débito com a filmografia de Ingmar Bergman. Dos
mais de quarenta filmes que realizou, assisti apenas dois: “Fanny Alexander”, considerado
um de seus melhores e “O Ovo da Serpente”.

A Alemanha sentia os efeitos devastadores da derrota na primeira
guerra com a evidente ruina economica: dilacerada pela hiperinflação e pela
miséria, vivia um clima de terror que apesar de dissimulado pela idéia de
salvação nacional da propaganda nacional-socialista, passava a fazer parte do
cotidiano das pessoas sem que elas se dessem conta disso. O crescimento do
nazismo seria como o ovo da serpente, que mesmo antes de se abrir já revela,
dentro de sí, o monstro que estava prestes a nascer.
Um filme com a face
mais politizada de Bergman, sombria, mas lúcida. Uma pungente denúncia da bestialidade
que representou o nazi-fascismo.
CAETANO PROCOPIO