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29 de out. de 2007

O LIVRO DA VIDA

No dia 26 de outubro do ano de 2007 d.C. eu pude ver mais clara a imagem do fim, ou de um outro começo, não sei...
Eram 28 anos completos.
E a cada ano que se vai, a cada hora que passa, é mais um passo para chegar a grande conclusão da vida...
Algumas pessoas se lembraram desta data. Uma data que, na verdade, só tem importância para mim, pois só eu sou capaz de entender a quantidade de páginas que possui o meu livro, a minha história, a minha vida...
E a cada página virada, umas bem compreendidas, outras um pouco confusas, eu busco as respostas de um leitor curioso e às vezes ansioso para saber qual será o final. Mas não há como ler as últimas páginas. Porque neste livro o autor ainda não sabe onde sua história vai parar. Pode ser daqui a duas páginas, duas linhas, duas palavras...
Esta é a grande graça de ler. O inesperado, o que estar por vir.
E eu tento ler a minha vida a cada ano completado. Vejo as relações que ficaram mais fortes, as que eu achei que nunca iriam enfraquecer e hoje as vejo morrendo, escapando como água por entre meus dedos.
Sinto algumas alegrias, algumas tristezas... E isso faz da minha consciência um grande acúmulo de parágrafos grifados.
Vejo as coisas que mudam e as que permanecem sempre iguais, do mesmo jeito.
Meu coração tem acumulado alguma poeira, afinal, estou falando de um livro de 1979, que pode ser velho para uns, novo para outros... Mas com uma verdade: o tempo nunca é o mesmo para cada um.
E hoje eu já tomo mais cuidado com o meu livro em relação ao passado.
Eu já o emprestei, joguei de lado algumas vezes... Pensei em vendê-lo, queimá-lo... Já parei a leitura por tédio, decepção, desinteresse...
Mas hoje essa história tem toda a minha atenção. E em casa, na minha solidão, sou capaz de rir de muita coisa. Vejo que o tempo, o grande narrador da história, me ensinou a gostar de rir. Rir de mim, dos outros... Rir, sem dúvida, faz da história algo mais leve, mais interessante.
E seja lá qual for o final, a única coisa que realmente importa é o prazer da leitura, o simples prazer de ler...

VANDERSON PIRES

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