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1 de out. de 2009

HITCHCOCK: SUSPENSE E AMOR

Alfred Hitchcock faleceu no dia 29 de abril de 1980, aos 80 anos de idade.

Em seis décadas de atuação dirigiu mais de 50 filmes.

Apesar da industria cinematográfica tê-lo transformado no “mestre do suspense” e a consagração propiciado grande notoriedade, o epíteto não foi fiel ao conteúdo da obra hitchcockiana, deixando em segundo plano aspectos muito mais relevantes.

Hitchcock, muito mais que um mero mentor do susto, criou personagens psicologicamente complexos, dilacerados pelo turbilhão dos sentidos.

A atmosfera sombria de seus filmes é o retrato do desespero humano frente a uma realidade imutável.

O amor é um sentimento distante, inacessível, principalmente quando visto sob o prisma das personagens femininas, ausentes e gélidas.

O grande drama dos tipos criados pelo diretor está na condição de jamais conseguirem se livrar de seus medos e perversões.

A felicidade é uma ilusão perdida nos temores e obsessões produzidos pelo inconsciente.

O amor torna-se um objetivo impossível de ser concretizado: em "Psicose" ele só consegue produzir mortes; em "Um Corpo que Cai", é a “inútil procura de um ideal vazio”; em "Os Pássaros", não resiste à incompreensão "puritana", simbolizada nos constantes ataques das aves.

O escritor norte-americano Henry James foi quem talvez melhor definiu a figura conturbada de Alfred Hitchcock. Para ele, o cineasta "não conheceu uma hora de equilíbrio em sua vida".

CAETANO PROCOPIO

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