A expressão dita por Horácio ecoa desde os tempos
romanos.

Em nossos dias, mais do que nunca.
Mas o “carpe diem” de Horácio não é o mesmo de hoje.
Na sua literalidade epicurista e estoicista clamava:
“colha o dia”.
E colhe-lo, é absorvê-lo, captura-lo na sua
integralidade.
Não para se viver uma obsessão volitiva, mas sim compreender
a serena plenitude do momento, suas
filigranas e aquilo que ele possa sabiamente revelar.
A sua versão contemporânea, não vai além de uma
perspectiva hedonista e abortada: apenas “aproveite o dia”.
Viver a superficialidade daquilo que os prazeres
momentâneos podem oferecer.
O século XXI é um tempo de emoções fugazes e
totalitárias.
E “Carpe diem”, somente mais um “slogan” que se ajustou às
premências consumistas da era do “mercado total”.
CAETANO PROCOPIO