Parece que estamos na iminência de um ataque militar
“preventivo” dos EUA contra o Iraque. Se quiserem, nem precisam do parecer
favorável da ONU para iniciar o conflito. As decisões do governo americano
independem do aval da comunidade internacional ratificar ou não suas
deliberações, afinal, fazem valer o fato de possuirem a maior força militar do
planeta.
É exatamente esse o grande (e único) trunfo que os
norte-americanos ainda possuem. Ninguém pode enfrenta-los na força. Se a grandeza
de suas empresas está sendo desmascarada pelos escândalos das fraudes fiscais
(o Presidente Bush sabe bem o que isso significa!) ainda assim, é a maior
potência econômica existente e seu setor bélico, um dos principais responsáveis
por esse sucesso.
Agora, estão voltando suas armas, outra vez, contra
Saddam Hussein. Querem um alvo para atingir. A economia americana de tempos em
tempos necessita de uma guerra para se revitalizar. O diretor do FMI, Horst
Köhler, confirma a disposição dos EUA com uma naturalidade espantosa. Diz que
uma breve e bem sucedida guerra contra o Iraque seria positiva para a economia
mundial.
O conflito ocorrido na década passada exterminou
aproximadamente 100 mil iraquianos e há mais de 10 anos a população daquele
país sofre as agruras de um bloqueio infame imposto pelos EUA. O pretexto para
tamanha monstruosidade é derrubar o regime ditatorial de Saddam, que no passado
não tão distante, contou com a ‘boa vontade’ de seus atuais inimigos.
Não há limites para a crueldade, quando uma guerra é
vista somente como um acontecimento corriqueiro, apenas mais um fato a ser
observado por investidores do mercado financeiro, conforme analisa o sr.
Köhler, com indefectível propriedade.
O mundo reclama por paz com o fim das animosidades entre
os povos, mas esse clamor ainda é muito tênue para ser ouvido. Ele não encontra
repercussão suficientemente capaz de suplantar a onipotência da tirania
belicista de Bush e seus asseclas.
Sangue e ruínas são os únicos ingredientes possíveis
para uma economia fantasma. A produção de mercadorias já não é mais fator para
o desenvolvimento, como fora nos tempos da empresa fordista, com seu pleno
emprego. No momento, a única industria capaz de salvar a economia é a da
destruição. Os mortos contabilizados (ou não!) poderão ser a pedra angular que
irá salvar as bolsas do colapso e assim incrementar os negócios globais que
tanto preocupam o sr. Köhler. Quanto as milhares vidas em risco, isso não
importa, é só objeto para estática, já que faz parte da regra do jogo desses
senhores da guerra.
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