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9 de set. de 2007

A LUTA PELO ÓCIO

Eu quero o ócio! Mas não estou aqui pra fazer apologia da preguiça mórbida nem mesmo tentando justificá-lo através de uma óptica hedonista da mera expetativa do prazer. Explico melhor: o cotidiano do homem moderno é centrado nas relações de trabalho. Trabalhamos pra obtermos meios de prover nosso conforto individual e familiar. Mas com isso nos refugiamos e nos alienamos na vida privada e no próprio trabalho. 

Nas últimas décadas experimentamos um fantástico desenvolvimento tecnológico. E se de fato o progresso representasse uma força libertadora das capacidades humanas, conforme acreditavam os filósofos iluministas, hoje teríamos um nível de vida muito melhor e não necessitaríamos mais nos dedicar ao trabalho de forma quase que integral. Entretanto, a realidade de mercado impossibilita a expansão das relações de trabalho, uma vez que os custos de produção impendem que novos postos sejam criados. Imaginem, com o pleno emprego não seria preciso nos entregarmos ao labor tantas horas a fio. Uma nova divisão internacional das tarefas se mostraria presente de forma que todos poderiam contribuir com menos tempo de dedicação de cada um.

O sociólogo alemão Robert Kurz afirma que essa nova perspectiva do trabalho possibilitaria a auto-administração. As pessoas não mais precisariam de administradores (políticos), uma vez que teriam tempo suficiente para realizarem esta tarefa.

É sob esta perpectiva que defendo o ócio: uma possibilidade de dispormos nosso tempo mais livremente. Entretanto, enquanto existir o mundo de relações definidas pelo mercado, isso não passará de ilusão (...)

  

CAETANO PROCOPIO

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