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7 de fev. de 2008

MENINOS DO FAROL

As crianças em São Paulo aprendem a fazer arte no farol para sobreviver.

São os malabaristas sem circo, sem palco, sem mico.

Os diretores são exigentes. Pai, mãe, avós ou qualquer pessoa que seja maior e mais forte pode dirigir o espetáculo.

Pés descalços, asfalto quente.

Diz a gente grande do carro: não dou dinheiro.

Fecha os vidros, buzina e acelera.

É um meio de vida no meio da vida.

Mas a cidade ainda parece ser de todos.

Até quando a tecnologia vai deixá-los ganhar centavos no farol?

Em uma cidade que a cada segundo, dez compras são efetuadas por meio de cartões de crédito ou débito.

Será que a substituição do dinheiro pelos cartões vai acabar com a mendicância? E os cartões dos palhaços sem talento de Brasília?

Os artistas do farol ainda sorriem com os teletubbies...

Na cidade dos 30 mil milionários, vamos continuar a discutir a ética inventada pelo homem.

Pois, não há mais como pescar. Porque os peixes estão nos congeladores. Comprados por centavos e vendidos com cartões.

E os meninos do farol, não tem rio, nem peixe, nem anzol...

VANDERSON PIRES

Um comentário:

Marcelo M. Baronheid disse...

Muito bom, Vanderson!
...E interessante tmb, pq coincidiu com um trabalho fotográfico que quero fazer com esses meninos do farol!
Conversaremos mais! abraço.
Marcelo