As crianças em São Paulo aprendem a fazer arte no farol para sobreviver.
São os malabaristas sem circo, sem palco, sem mico.
Os diretores são exigentes. Pai, mãe, avós ou qualquer pessoa que seja maior e mais forte pode dirigir o espetáculo.
Pés descalços, asfalto quente.
Diz a gente grande do carro: não dou dinheiro.
Fecha os vidros, buzina e acelera.
É um meio de vida no meio da vida.
Mas a cidade ainda parece ser de todos.
Até quando a tecnologia vai deixá-los ganhar centavos no farol?
Em uma cidade que a cada segundo, dez compras são efetuadas por meio de cartões de crédito ou débito.
Será que a substituição do dinheiro pelos cartões vai acabar com a mendicância? E os cartões dos palhaços sem talento de Brasília?
Os artistas do farol ainda sorriem com os teletubbies...
Na cidade dos 30 mil milionários, vamos continuar a discutir a ética inventada pelo homem.
Pois, não há mais como pescar. Porque os peixes estão nos congeladores. Comprados por centavos e vendidos com cartões.
E os meninos do farol, não tem rio, nem peixe, nem anzol...
VANDERSON PIRES
Um comentário:
Muito bom, Vanderson!
...E interessante tmb, pq coincidiu com um trabalho fotográfico que quero fazer com esses meninos do farol!
Conversaremos mais! abraço.
Marcelo
Postar um comentário