Nunca fui muito conformado com as coisas.
Claro que ja levei isto a extremos, apenas pra exercitar o capricho de contrariar.
Antes mesmo de gostar de futebol eu dizia ser corinthiano, mas sem qualquer convicção (ou paixão, se preferirem).
E acreditem, virei palmeirense só porque todos colegas do pré-primário eram corinthianos (e claro porque naquela época o Corinthians ainda amargava a fila de mais de 20 anos sem títulos).
Não é que no ano seguinte veio o famoso título paulista e o Palmeiras foi quem amargou mais de 16 anos na fila.
Tudo bem, não tenho supertições e a paixão ficou.
Mas naquele ano de 1976 talvez eu tenha cometido o meu primeiro ato de rebeldia.
Não sei se ele poderia ser assim considerado porque foi inconsciente.
No dia de minha formatura da pré-escola, vestia uma beca bege.
Estava sentado com os demais formandos, todos perfilados no auditório (vejam só ... do Clube Corintians de Araçatuba!) aguardando a entrega do diploma, que seria realizada ... pelo Prefeito da Cidade!
Apesar de toda preparação para o evento, não havia como seguir um protocolo absolutamente rigoroso com dezenas de crianças presentes.
Mas fui muito além ...
Durante a cerimônia comecei a sentir contraçoes na bexiga.
Depois de alguns minutos resistindo, estava prestes a explodir.
Só que o constrangimento por deixar meu assento no meio da cerimônia foi maior.
E o pior aconteceu, acabei urinando ali mesmo, sentado na cadeira, no meio do auditório!
O unico registro deste feito era uma foto em preto e branco tirada no momento em que eu recebia o “canudo” do Excelentíssimo Prefeito ... com a roupa manchada de urina!
Não fosse pela vergonha injustificada de não ceder à fisiologia, teria sido um ato extremamente contestador!
Diria algum teórico: “já era um marxista na infância!”
E eu nem saberia disto (...)
CAETANO PROCOPIO
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