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7 de fev. de 2009

AS MELHORES TRILHAS E OS MELHORES FILMES

Várias vezes me questionei se achava mais interessante um filme ou a sua trilha sonora. Em certos casos essa escolha se torna muito difícil.

O que falar da combinação Alfred Hitchcock-Bernard Herrmann? As trilhas sonoras de “Psicose” e “Um corpo que cai” espelham de tal forma o ambiente sinistro dos filmes que não sei ao certo o que provoca maior espanto, a cena ou o som. Martin Scorsese foi outro diretor que soube aproveitar o talento de Herrmann. O compositor preferido de Hitchcock compôs a música tema do atormentado “Táxi Driver”.

E se o assunto são parcerias, também merece referência a união muito bem sucedida de Coppola e Nino Rota (este, grande parceiro de Fellini) na trilogia do Poderoso Chefão. A saga da família Corleone ambientada como uma epopéia com grandioso fundo musical. Coppola não precisou associar-se para realizar a trilha Sonora de “Apocalipse Now”, mas o repertório condiz com a tetricidade das cenas de um Vietnã surreal.

Em ‘2001, uma odisséia no Espaço”, Stanley Kubrick dá a exata noção do que a simbiose cena-música pode proporcionar. As composições “Assim falou Zaratustra” e “Danúbio Azul” acompanham, respectivamente, dois momentos culminantes do filme: no primeiro, a fabulosa cena do nosso ancestral primitivo destruindo uma pilha de ossos ao som da sinfonia de Richard Strauss; no segundo, o balé espacial sincronizado com a suavidade da valsa de Johann Strauss. Já em “Laranja Mecânica”, Kubrick escancara a perversidade e a contradição humanas ao coligir a violência mórbida do personagem vivido por Malcoln Mc Dowell, à virtuosidade estética do musical “Cantando na Chuva”, numa cena ainda chocante para o ano de 1971, em que Dowell espanca uma mulher na frente do marido enquanto cantarola e dança “I singin’ in the rain”.

Enfim, esta lista, longe de ser exaustiva, é só uma pequena amostra da riqueza musical de algumas das mais importantes obras do cinema. Muitas que não estiveram aqui mencionadas certamente mereceriam destaque, entretanto, a falta de repertório e a memória limitada não me permitiram tal intento. Esta tarefa também poderia se tornar cansativa demais ao leitor caso minha disposição (ou dedicação) fosse maior.

E não percamos mais tempo. A próxima sessão pode estar prestes a começar (...).

CAETANO PROCOPIO

publicado originalmente no site CINE TOTAL
http://www.cinetotal.com.br/critica.php?cod=57

3 comentários:

I am invincible As long as Im alive disse...

Isso está me lembrando nossa longa conversa sábado em minha casa...

Anônimo disse...

Isso está me lembrando uma longa conversa que tivemos na minha casa no último sábado...

Marcelo Teixeira disse...

Concordo integralmente com você, Caetano. A trilha sonora é essencial para amplificar, ampliar e valorizar as intenções da direção do filme. O prato fica melhor quando é visualmente interessante.