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14 de nov. de 2007

O ANDARILHO MUITO LOUCO

(por IRAN MARCIUS)

E de repente, como se o mundo todo o chamasse ao mesmo tempo, ele se
levanta, com os olhos esbugalhados, emitindo sons estridentes e
confusos, agitando todos à sua volta, sem descanso, sem clemência. E
sua agitação contagia e alegra a todos.

Ele vê, mais uma vez, que o mundo como é não lhe agrada os olhos... e
nem o paladar. Ele então se envolve na neblina, trazendo à memória
todos os ancestrais, todas as experiências, e dessa maneira o mundo
fica com a forma e com o sabor que ele deseja. E seus sentidos se
aguçam, cada célula de seu corpo é tomada pela calma desesperadora, e
nesse estado, e nunca sem pressa, ele se põe a... ANDAR.

A caminhada pode ser longa, ou curta, independente de onde se quer
chegar. O que importa é o processo, o vento no rosto, o som das vozes,
as formas. O mesmo caminho pode levar a vários lugares, ou ao ponto de
partida. Caminhos diferentes podem levar ao mesmo lugar... ou a lugar
algum... ou ao ponto de partida.

Mas ele tem a selva estampada em seu rosto. Vê cada clareira, cada
rio, cada animal que se movimenta. Ele tem a selva na palma da sua
mão, mas não se importa... porque só olha para as costas dela.

E ele anda, enlouquecido e ao mesmo tempo entorpecido, com passos
firmes de quem tem um objetivo muito claro... mas sem a menor idéia de
como vai chegar lá.

Minha homenagem, ainda que pequena, ao amigo, ao irmão, de hoje e
sempre. É isso aí, indião!!!

2 comentários:

Vanderson Pires disse...

Iran...você é um artista...na música e nas palavras.
Grande abraço e obrigado pelo carinho. O caminho nunca está vazio porque eu sempre tenho meus amigos, em matéria ou em espírito.

Vanderson Pires disse...

Vandeco