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27 de ago. de 2007

"M" DE REVOLUCIONÁRIO


Faz tempo que assistimos "O Encouraçado Potemkin" pela primeira vez. Anos. Nem nos lembramos quantos. Provavelmente foi no início da década de 1990. E desde aquela época uma coisa nos chamou a atenção. Interessados em conseguir informações sobre o brilhante diretor de um dos filmes mais importantes da história do cinema, acabamos nos deparando com uma curiosidade. Sergei M. Eisenstein era o nome dele. Mas, o que era M.? M. de quê? Pesquisamos. Procuramos em almanaques, em guias, revistas e nada. Desapontados por causa de uma futilidade, um dado menor. Em nossas buscas ficamos conhecendo um pouco mais da vida e obra de Eisenstein.

Nascido russo em 1898, morto após um ataque cardíaco 50 anos depois, realizou algumas das mais significativas obras do cinema, entre elas "O Encouraçado Potemkin" e "Outubro". Foi quem talvez melhor soube definir o conceito de revolução estética inovando a técnica cinematográfica com efeitos que até hoje são reconhecidos pelo impacto que produziram. Na seqüência do massacre nas escadarias da cidade de Odessa (O Encouraçado Potemkin) o diretor procura criar uma atmosfera de espanto no público. E consegue. O cinema "eisensteiniano" é a aplicação de uma estética inovadora à teoria revolucionária capaz de espelhar a ruptura do processo histórico.

A obra de Eisenstein não se limitou à propaganda política da revolução. Ela foi além , ao buscar uma interação da imagem com o espectador. Essa fórmula dinâmica que convida o público a participar emocionalmente da cena provocou irritação nos líderes soviéticos. O stalinismo exigia uma "arte sem alma", funcionando unicamente como uma apologia aos feitos extraordinários do regime.

Resultado: o exílio e com ele "Que Viva México" - obra inacabada relatando aspectos da história desse país. Dois outros filmes também merecem destaque: "Alexander Nevsky" e "Ivan, o Terrível". Com eles, encerrou-se a odisséia de Eisenstein.

Navegando despretenciosamente pela Internet, descobrimos talvez o que seja para nós a informação mais importante deste texto: o M. mudo, indecifrável do nome de Sergei Eisenstein é a abreviação de Mihailovich.

CAETANO PROCOPIO e MARCELO TEIXEIRA

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